terça-feira, 12 de abril de 2011

Dor no Quadril da Criança - Epifisiólise Proximal do Fêmur













Agora continuarei explicando sobre as dores no quadril das crianças. Já falei na sinovite transitória do quadril, agora falarei sobre a epifisiólise proximal do fêmur, para dar uma noção aos leitores deste blog. Existe na parte proximal (superior) do fêmur da criança uma placa ou epífise de crescimento que divide -na radiografia- a cabeça do fêmur. Esta placa se fecha na maturidade esquelética, mas até os 16, 17 anos está aberta, sendo responsável por uma parte do crescimento do fêmur. Entre 11 e 14 anos, pode haver um deslizamento desta placa, não se sabe porquê (existem teorias hormonais, genéticas, enfraquecimento da placa epifisária) causando uma deformidade no quadril afetado com dor e alteração da marcha da criança. Sabe-se que as crianças mais afetadas estão ao redor de 12 anos, sendo as crianças obesas maioria, quem sabe corroborando com a teoria hormonal. O que importa para os pais é saber que a criança começa com uma dor ao redor do quadril e/ou joelho, tende a ficar com a perna encolhida, "mancando". No Rx vemos a cabeça iniciando seu deslizamento (colocarei uma figura ao lado do texto a direita), sendo que nas primeiras radiografias pode não aparecer alteração. Aí é que entra o ortopedista experiente, que desconfia e orienta os pais a trazerem o filho para novo Rx se não aliviar o sintoma doloroso, explicando a possibilidade de haver este problema. Ao contrário da sinovite transitória, a epifisiólise é de tratamento cirúrgico, necessitando de fixação da cabeça do fêmur, cirurgia esta feita de maneira rápida com uma pequena incisão lateral no quadril. A placa epifisária é fixada no local, mesmo já deslizada, aguardando o final do crescimento para "remodelar". Se não fixada, a deformidade resultante pode ser grave causando artrose (desgaste) prematuro da articulação do quadril. Há ortopedistas que defendem fixar o outro quadril, mesmo sem estar afetado, para prevenir um futuro deslizamento. Isto é decidido conversando com os pais da criança. Em uma futura postagem falarei sobre a outra causa de dor no quadril da criança. Até lá.

6 comentários:

  1. Doutor, meu nome é Bernardo e tenho, atualmente, 19 anos. Aos doze anos fui acometido pela epifisiólise. Na época, realizei cirurgia para fixação da cabeça do fêmur com um único parafuso, se não me engano de platina ou aço inoxidável. Fiquei 2 meses sem encostar a perna operada no chão, e mais dois meses já podendo realizar atividades ordinárias, mas nada de atividade física. No total, foram 4 meses de recuperação. No final, perguntei ao ortopedista se haveria alguma restrição em virtude do procedimento cirúrgico para o resto de minha vida. lembro-me que ele disse: Nada, você poderá fazer o que quiser, até quebrar a perna. Uma vez fixado adequadamente o parafuso e calcificada a região da cirurgia, seu fêmur está novinho em folha. Na época fiquei feliz, mas tenho minhas desconfianças, há alguma possibilidade de necrose da cabeça do fêmur ou outro problema depois de todos esses anos?
    Faço essa pergunta, pois tenho sentido alguma dores na região alta da perna, como se algo estivesse errado.
    Grato, um abraço.

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  2. A minha dúvida é exatamente como a do Bernardo Silva! Eu tive o mesmo problema e passei por tudo o que ele passou, incluindo o tempo de repouse que, aliás, o meu foi maior. Fiquei 3 meses sem colocar o pé no chão, da perna que operei. Depois, mais 3 meses com moleta, mas colocando o pé no chão, mas bem devagar. Agora, eu pratico atividade física (musculação) todos os dias. E, além disso, eu jogo futebol, uma vez por semana. Pela noite, logo antes de dormir, sinto uma dorzinha chata, meio incômoda, na região operada (perto da bacia), mas isso acontece, geralmente, quando o tempo está muito frio. Tem algum problema, em eu ser tão ativa fisicamente?
    Aguardo resposta.
    Obrigada.

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  3. Olá minha pergunta é que meu filho tem 11 anos foi diadinosticado com epifisolise o médico disse que vai ter que fazer a cirurgia o que quero saber é se depois dessa cirurgia ele se recuperando pode ter uma vida normal jogar futebol correr andar de bicicleta e com o tempo ele precisa refazer essa cirurgia e tem algum tipo de rejeição a está cirurgia


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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Olá, tenho a mesma dúvida dos demais, fiz a cirurgia, passei pelo processo de recuperação, e após 10 anos de realização da cirurgia comecei a sentir dores na região do quadril no lado direito. Tive que me submeter a outro procedimento cirúrgico para retirada do parafuso. Após esse fato, voltei a praticar atividades físicas normalmente,mas após 7 anos da segunda cirurgia voltei a sentir dores do lado do quadril que tenho o parafuso.Será que a atividade física contribuiu para isso?

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  6. É possivel voltar a andar,após a operação cirurgica de fixação do osso com parafuso ? Essa é a minha duvida.

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Olá, grato pelo seu comentário. Assim que possível será respondido.