segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Primeiro Atendimento na Urgência Traumatológica

Sempre que nos deparamos com uma pessoa vítima de queda ou acidente, temos vontade de ajudá-la, mas para isso temos que ter alguma noção básica para que realmente nossa possível intervenção em uma determinada situação ajude a pessoa ao invés de prejudicá-la.
Em primeiro lugar temos que manter o controle por mais desesperadora que seja a situação encontrada. Sei que falar é fácil, mas o desespero tira o raciocínio e nos expõe a riscos desnecessários. Lembrem-se que para que possamos auxiliar alguém temos que primeiro garantir a nossa segurança. Então, por exemplo, ao encontrarmos alguém caído na estrada ou em ruas ou avenidas, antes de corrermos em direção à pessoa acidentada, temos que tentar sinalizar que há algo errado ocorrendo, seja com sinalização do carro, seja colocando objetos alguns metros antes do local para chamar a atenção de outros veículos. Muitas vezes a vítima do acidente e a pessoa que está socorrendo são vítimas fatais de motoristas desatentos, por isso primeiro temos que garantir a segurança local. Assim que possível, acione equipe de resgate ou peça para outra pessoa fazê-lo.
Depois de garantida a nossa segurança, podemos tentar auxiliar a pessoa acidentada. Aqui vão algumas noções:
Se houver ferimento sangrante, evite o torniquete, apenas comprima o ferimento com compressas ou panos limpos, preferentemente com luvas ou qualquer proteção para suas mãos. Até sacos plásticos envolvendo suas mãos.
Se houver alguma deformidade que esteja causando interrupção da circulação além da lesão, pode-se fazer uma tração longitudinal delicada tentando alinhar o membro afetado. Se não tiver coragem, não mexa e aguarde o pessoal do resgate, que possui equipamento para imobilização.
Evite mexer na região do pescoço da vítima, pois uma lesão neurológica irreversível pode ser causada se ela tiver uma fratura na coluna cervical. Tente manter a pesssoa o mais "reta" possível, evitando lesões adicionais na coluna.  Quando estivermos fora do alcance de uma equipe de resgate, em locais afastados das regiões urbanas, providencie uma tábua rígida para que a pessoa repouse nessa superfície, cuidando para segurá-la sem movimentos bruscos e sem curvá-la, sendo que você precisará de mais pessoas ajudando.
Se for um motoqueiro, cuidado ao remover o capacete, pois para isso é neecessária a estabilização da região do pescoço, para tanto às vezes precisamos de ajuda de uma segunda pessoa. Repito: Se não tiver coragem ou noção correta de como fazer, não mexa e aguarde a equipe do resgate.
Uma fratura no punho pode ser imobilizada com uma revista em formato de calha e amarrada sem comprimir o membro com uma atadura ou pedaços de pano, roupas, etc. Pedaços de madeira, por exemplo, podem ser usados para imobilizar uma perna, colocando duas madeiras, uma de cada lado da perna, amarradas ao membro com delicadeza. Numa situação extrema, são atitudes que minimizam o desconforto do acidentado.
Mas isso nas situações onde não temos estrutura para fazermos as imobilizações definitivas, que serão mostradas em outra postagem. Até lá.