Fraturas por estresse são lesões relativamente comuns no consultório do ortopedista, embora bastante desconhecidas da população em geral. O estresse a que me refiro não é o estresse "emocional", e sim à fadiga da estrutura óssea levando-a a fratura, por isso chamada de FRATURA POR ESTRESSE.
A fadiga da estrutura óssea ocorre por uma sobrecarga causada por alguns fatores, sendo os mais vistos:
-início, mudança ou aumento de uma atividade física há pouco tempo;
-esta atividade é exagerada, ou repetida com muita frequencia;
É mais encontrada em atletas, sendo a tíbia (osso maior da perna) o osso mais acometido, seguido dos metatarsos (ossos do pé),e fíbula (osso menor da perna), além de outros menos frequentes. A taxa de fraturas por estresse gira em torno de 10% das fraturas em atletas.
Os esportes mais ligados às fraturas por estresse são corrida e vôlei, mas as atividades como caminhadas longas e frequentes também são causadoras destas lesões, tanto que a fratura por estresse é também conhecida como FRATURA DO MARCHADOR, uma vez que foi primeiro detectada em militares com dores persistentes nos pés já em 1855.
A falta de condicionamento físico, a má nutrição, deficiencias hormonais, baixa ingesta de cálcio (nas mulheres após a menopausa) predispõe à esta lesão. Sabe-se que uma musculatura bem preparada ajuda na absorção do impacto, diminuindo a tensão no osso, assim como calçados com amortecedores ajudam de uma maneira similar. O terreno em que a pessoa corre ou caminha também influencia, pois terrenos muito duros transmitem um impacto maior nas estruturas osteomusculares.
O diagnóstico é feito pelo relato do paciente, que refere dor relativamente repentina que vai piorando com a atividade, melhorando com o repouso. Geralmente o quadro clínico instala-se entre 2 a 6 semanas.
Os Rx não costumam revelar a lesão, apenas em fases mais tardias, por isso os exames mais usados são a CINTILOGRAFIA e a RESSONÂNCIA MAGNÉTICA.
O tratamento mais importante é a prevenção, através do planejamento adequado da atividade, equipamento correto, sem carga excessiva,sem repetição exagerada,e com orientação correta.
Quando diagnosticada a fratura por estresse, o atleta-paciente é orientado a retirar a carga no membro afetado por 6 semanas, com ou sem imobilização dependendo da dor, através do uso de muletas. Após estas 6 semanas de repouso relativo, reavalia-se e uma vez assintomático inicia-se um planejamento para recondicioná-lo fisicamente para que possa retornar progressivamente à atividade física escolhida, corrigindo, é claro, as eventuais falhas na sua prática esportiva que possam ter causado a lesão. O retorno ao esporte inicia com 50% da carga, levando em torno de 12 semanas para atingir o nível máximo.
Raramente uma fratura por estresse necessita correção através de cirurgia.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá, grato pelo seu comentário. Assim que possível será respondido.