A doença de Kiemböck ou necrose avascular do semilunar é uma alteração em um osso do punho chamado de semilunar, cuja causa ainda é desconhecida e que ocorre mais entre os 20 e 40 anos de idade.
Pode ter relação com atividades repetitivas, impacto ou trauma e até mesmo com alterações anatômicas no punho.
A importância do ortopedista conhecer essa alteração está no fato de que muitas pessoas em tratamento para "tendinites" no punho podem na verdade estar com doença de Kiemböck, e quando diagnosticada cedo pode evitar alterações graves.
O osso semilunar sofre uma alteração vascular causando necrose óssea e consequente deformidade levando até mesmo à artrose (desgaste) grave no punho.
O tratamento inicial é conservador (imobilização, observação) mas quase sempre necessita intervenção cirúrgica, sendo que a mais utilizada é a osteotomia de encurtamento do rádio corrigindo a discrepância de comprimento entre o rádio e a ulna.
Então, atenção na dor no punho que não melhora: Vá ao seu ortopedista !
domingo, 3 de setembro de 2017
terça-feira, 1 de agosto de 2017
Síndrome do Túnel do Carpo
A Síndrome do Túnel do Carpo é uma compressão que ocorre no nervo mediano ao nível do punho. O nervo mediano é responsável pelo estímulo motor e pela sensibilidade de parte mão, e quando comprimido pode causar vários sintomas, dentre os mais comuns estão a sensação de formigamento na mão e dedos (principalmente polegar, indicador e médio), perda de força, deixar cair objetos facilmente e até mesmo dor. A dor e a alteração sensitiva (formigamento, adormecimento) ocorrem mais à noite ou na madrugada.
As mulheres são mais afetadas, havendo também a influência de doenças endócrinas, hormonais, reumáticas, gestação e repetitivas.
O diagnóstico é clínico, confirmado por eletroneuromiografia.
Quando leve, a fisioterapia e o uso de imobilizações noturnas podem aliviar, porém moderada a grave o tratamento é cirúrgico através da liberação do nervo mediano (aberta ou artroscópica).
O prognóstico é bom, com pouca taxa de complicações.
As mulheres são mais afetadas, havendo também a influência de doenças endócrinas, hormonais, reumáticas, gestação e repetitivas.
O diagnóstico é clínico, confirmado por eletroneuromiografia.
Quando leve, a fisioterapia e o uso de imobilizações noturnas podem aliviar, porém moderada a grave o tratamento é cirúrgico através da liberação do nervo mediano (aberta ou artroscópica).
O prognóstico é bom, com pouca taxa de complicações.
segunda-feira, 3 de julho de 2017
Pé Plano Infantil
O PÉ PLANO (ou pé chato) na infância é um problema bastante frequente no consultório porque é notado por pais e familiares assim que a criança adota a postura ereta.
Como aqui o objetivo não é fornecer diagnóstico e tampouco conduta ortopédica, e sim auxiliar no esclarecimento das pessoas, o que recomendo é que se os pais tiverem dúvida, consultem com seu ortopedista. No entanto, aqui vão alguns esclarecimentos:
O pé da criança pode não ter o arco longitudinal medial (aquela curvinha sob o pé) bem desenvolvido até os 2 anos e meio a 3 anos, mas se após esta idade continuar não aparecendo é bom avaliar.
O teste mais realizado é pedir que a criança fique na ponta dos pés, e se nesta posição a curva sob o pé surgir, provavelmente trata-se de um PÉ PLANO FLEXÍVEL, isto é, o pé fica chato em repouso, mas a anatomia óssea, ligamentar e muscular está normal porém ainda não bem madura.
Do contrário, deve-se descartar o pé plano RÍGIDO, geralmente causado por fusões congênitas entre os ossos do pé.
O uso de palmilhas é muito discutido, sendo receitado para pés planos flexíveis para conforto ou para manter o arco modelado no crescimento. Mas o pé geralmente melhora de aspecto com o tempo, exceto o rígido, que poderá necessitar cirurgia no futuro para desfazer a fusão entre os ossos, chamado "barra óssea".
Óbvio que estas explicações são didáticas, não técnicas, objetivo deste blog.
Como aqui o objetivo não é fornecer diagnóstico e tampouco conduta ortopédica, e sim auxiliar no esclarecimento das pessoas, o que recomendo é que se os pais tiverem dúvida, consultem com seu ortopedista. No entanto, aqui vão alguns esclarecimentos:
O pé da criança pode não ter o arco longitudinal medial (aquela curvinha sob o pé) bem desenvolvido até os 2 anos e meio a 3 anos, mas se após esta idade continuar não aparecendo é bom avaliar.
O teste mais realizado é pedir que a criança fique na ponta dos pés, e se nesta posição a curva sob o pé surgir, provavelmente trata-se de um PÉ PLANO FLEXÍVEL, isto é, o pé fica chato em repouso, mas a anatomia óssea, ligamentar e muscular está normal porém ainda não bem madura.
Do contrário, deve-se descartar o pé plano RÍGIDO, geralmente causado por fusões congênitas entre os ossos do pé.
O uso de palmilhas é muito discutido, sendo receitado para pés planos flexíveis para conforto ou para manter o arco modelado no crescimento. Mas o pé geralmente melhora de aspecto com o tempo, exceto o rígido, que poderá necessitar cirurgia no futuro para desfazer a fusão entre os ossos, chamado "barra óssea".
Óbvio que estas explicações são didáticas, não técnicas, objetivo deste blog.
quinta-feira, 1 de junho de 2017
Luxação do Ombro
A luxação do ombro ou luxação escapulo - umeral é muito frequente nos serviços de urgência, geralmente decorrente de trauma. A idade em que ocorre o primeiro episódio é o fator mais importante a predispor novos episódios de luxação. Quanto mais jovem for a pessoa na primeira luxação, maior a chance desta recidivar.
A redução (colocar o ombro no lugar) é relativamente fácil, desde que a pessoa com luxação mantenha-se calma e atenta às instruções do traumatologista, bastando na maior parte das vezes analgesia e relaxamento muscular antes da manipulação.
A manobra mais usada é o uso de um lençol sob o ombro que serve para contrapor a tração feita pelo médico. Porém existem outras manobras usadas conforme a experiência do médico que até dispensam auxiliar.
Após a redução, usa-se medicação para dor e tipóia 10 a 14 dias seguido de fisioterapia e fortalecimento da musculatura regional.
Nos casos de Luxação Recidivante do Ombro, em que basta um movimento de elevação do ombro combinado com rotação externa (ato de se espreguiçar, por exemplo) para que ele volte a sair do lugar, se ocorrer ao menos 3 vezes no intervalo de um ano, costuma-se indicar cirurgia.
O portador de luxação recidivante aprende por vezes a colocar seu ombro no lugar sozinho relaxando o braço, mas mesmo assim recomenda-se operar quando sai com muita frequência para evitar lesões adicionais na articulação a cada luxação, especialmente naquelas pessoas que pretendem praticar esportes.
A redução (colocar o ombro no lugar) é relativamente fácil, desde que a pessoa com luxação mantenha-se calma e atenta às instruções do traumatologista, bastando na maior parte das vezes analgesia e relaxamento muscular antes da manipulação.
A manobra mais usada é o uso de um lençol sob o ombro que serve para contrapor a tração feita pelo médico. Porém existem outras manobras usadas conforme a experiência do médico que até dispensam auxiliar.
Após a redução, usa-se medicação para dor e tipóia 10 a 14 dias seguido de fisioterapia e fortalecimento da musculatura regional.
Nos casos de Luxação Recidivante do Ombro, em que basta um movimento de elevação do ombro combinado com rotação externa (ato de se espreguiçar, por exemplo) para que ele volte a sair do lugar, se ocorrer ao menos 3 vezes no intervalo de um ano, costuma-se indicar cirurgia.
O portador de luxação recidivante aprende por vezes a colocar seu ombro no lugar sozinho relaxando o braço, mas mesmo assim recomenda-se operar quando sai com muita frequência para evitar lesões adicionais na articulação a cada luxação, especialmente naquelas pessoas que pretendem praticar esportes.
quinta-feira, 20 de abril de 2017
Artrose no Joelho
A artrose ou osteoartrose no joelho é um problema ortopédico muito comum no consultório, ocorrendo mais comumente a partir dos 55 a 60 anos no caso da artrose primária e em qualquer idade quando secundária.
A artrose primária é um desgaste da cartilagem da articulação devido ao envelhecimento e a artrose secundária pode ser devida a traumatismos (fraturas articulares) ou doenças (artrite reumatóide, por exemplo).
A pessoa com artrose no joelho relata estalidos ao movimentar a articulação, dor no início dos movimentos (principalmente ao levantar-se da posição sentada) aliviando com o movimento. Também pode ter derrame na articulação, e nos casos mais avançados deformidades no joelho.
O diagnóstico é clínico, através do exame pelo ortopedista e confirmado por Rx com carga, poucas vezes necessitando Ressonância Magnética.
O tratamento depende do grau da artrose. Nos graus mais leves diminuição do peso corporal, analgésicos, anti-inflamatórios podem eliminar os sintomas.
Nos casos moderados, medicações "protetoras de cartilagem" são utilizadas, a mais usada é a combinação de Sulfado de Glicosamina e Condroitina. Injeções de ácido hialurônico também entram nessa etapa do tratamento.
Infiltrações com corticóide deixamos para aqueles casos avançados em que queremos adiar um procedimento cirúrgico que é a última etapa do tratamento da artrose no joelho.
As opções cirúrgicas vão desde osteotomias corretoras de deformidades e de angulações que sobrecarregam o joelho, até a artroplastia (prótese de joelho).
Felizmente a artrose do joelho na maior parte dos casos é controlável com tratamento não cirúrgico, mas é fundamental a colaboração do paciente através da adesão disciplinada ao tratamento proposto pelo ortopedista.
A artrose primária é um desgaste da cartilagem da articulação devido ao envelhecimento e a artrose secundária pode ser devida a traumatismos (fraturas articulares) ou doenças (artrite reumatóide, por exemplo).
A pessoa com artrose no joelho relata estalidos ao movimentar a articulação, dor no início dos movimentos (principalmente ao levantar-se da posição sentada) aliviando com o movimento. Também pode ter derrame na articulação, e nos casos mais avançados deformidades no joelho.
O diagnóstico é clínico, através do exame pelo ortopedista e confirmado por Rx com carga, poucas vezes necessitando Ressonância Magnética.
O tratamento depende do grau da artrose. Nos graus mais leves diminuição do peso corporal, analgésicos, anti-inflamatórios podem eliminar os sintomas.
Nos casos moderados, medicações "protetoras de cartilagem" são utilizadas, a mais usada é a combinação de Sulfado de Glicosamina e Condroitina. Injeções de ácido hialurônico também entram nessa etapa do tratamento.
Infiltrações com corticóide deixamos para aqueles casos avançados em que queremos adiar um procedimento cirúrgico que é a última etapa do tratamento da artrose no joelho.
As opções cirúrgicas vão desde osteotomias corretoras de deformidades e de angulações que sobrecarregam o joelho, até a artroplastia (prótese de joelho).
Felizmente a artrose do joelho na maior parte dos casos é controlável com tratamento não cirúrgico, mas é fundamental a colaboração do paciente através da adesão disciplinada ao tratamento proposto pelo ortopedista.
terça-feira, 13 de agosto de 2013
Rizartrose
Rizartrose é uma alteração degenerativa que ocorre na articulação da base do polegar, mais precisamente entre os ossos trapézio e base do primeiro metacarpo como mostra a imagem.
O polegar por estar envolvido na maior parte das atividades da mão, como na preensão de objetos e atividades de repetição, tende a sofrer maior desgaste nesta articulação, o que poderia explicar a origem da rizartrose.
As mulheres são mais afetadas, sendo a dor local o sintoma mais frequente, acompanhado muitas vezes de crepitação (estalidos), limitação dos movimentos do polegar e mais tarde, com o avanço do processo degenerativo, a articulação vai deslocando lateralmente pela presença de um osteófito (ossificação originada pelo desgaste) que se forma profundamente na articulação, empurrando o metacarpo lateralmente. Muitas pessoas relatam dor que provoca a queda de objetos, quebrando louças, dificultando o manuseio de chaves e abertura de tampas.
O tratamento vai desde medicação (anti-inflamatórios), órteses temporárias, fisioterapia, infiltração, até cirurgia.
A cirurgia é reservada nos casos de maior dor e incapacidade, e as técnicas cirúrgicas incluem ressecção simples do trapézio, ressecção e interposição de um enxerto tendíneo, ressecção e utilização de um tendão local ou parte dele envolvendo e sustentando o metacarpo.
Os resultados são bons, pois apesar da perda de força do polegar, a dor é aliviada sem perda de mobilidade.
O polegar por estar envolvido na maior parte das atividades da mão, como na preensão de objetos e atividades de repetição, tende a sofrer maior desgaste nesta articulação, o que poderia explicar a origem da rizartrose.
As mulheres são mais afetadas, sendo a dor local o sintoma mais frequente, acompanhado muitas vezes de crepitação (estalidos), limitação dos movimentos do polegar e mais tarde, com o avanço do processo degenerativo, a articulação vai deslocando lateralmente pela presença de um osteófito (ossificação originada pelo desgaste) que se forma profundamente na articulação, empurrando o metacarpo lateralmente. Muitas pessoas relatam dor que provoca a queda de objetos, quebrando louças, dificultando o manuseio de chaves e abertura de tampas.
O tratamento vai desde medicação (anti-inflamatórios), órteses temporárias, fisioterapia, infiltração, até cirurgia.
A cirurgia é reservada nos casos de maior dor e incapacidade, e as técnicas cirúrgicas incluem ressecção simples do trapézio, ressecção e interposição de um enxerto tendíneo, ressecção e utilização de um tendão local ou parte dele envolvendo e sustentando o metacarpo.
Os resultados são bons, pois apesar da perda de força do polegar, a dor é aliviada sem perda de mobilidade.
terça-feira, 9 de julho de 2013
Osteoporose Transitória do Quadril
A osteoporose transitória do quadril foi descrita pela primeira vez por Ravault em 1947. Trata-se de uma alteração no fêmur proximal causando dor e incapacidade temporárias na maioria das vezes, podendo ocorrer em homens adultos, mulheres adultas, nos primeiros três meses de gestação, sem causa aparente, às vezes associado a um trauma menor.
Geralmente os exames de sangue, radiológicos e ultrassonografia estão normais. Algumas vezes o Rx pode mostrar uma "descalcificação" no quadril afetado, mas essa não é a regra.
A cintilografia pode estar alterada, mas o diagnóstico é feito através da ressonância magnética em que o único achado é um edema no fêmur proximal, daí muitos especialistas chamarem a doença de "edema ósseo transitório".
A pessoa relata dor ao caminhar, ao girar o quadril, que alivia parcial ou totalmente com medicação analgésica e repouso, às vezes evitando a carga no membro inferior afetado. Gera no portador e até no médico certa ansiedade por não haver um diagnóstico específico, pelo menos até fazer uma ressonância de boa qualidade e bem interpretada.
É uma causa até certo ponto rara de dor no quadril para o médico não especialista, mas relativamente frequente no consultório do ortopedista, que deve estar atento e seguir investigando mesmo se o paciente mostrar os primeiros exames normais. A regra é acreditar sempre na queixa do paciente.
Geralmente os exames de sangue, radiológicos e ultrassonografia estão normais. Algumas vezes o Rx pode mostrar uma "descalcificação" no quadril afetado, mas essa não é a regra.
A cintilografia pode estar alterada, mas o diagnóstico é feito através da ressonância magnética em que o único achado é um edema no fêmur proximal, daí muitos especialistas chamarem a doença de "edema ósseo transitório".
A pessoa relata dor ao caminhar, ao girar o quadril, que alivia parcial ou totalmente com medicação analgésica e repouso, às vezes evitando a carga no membro inferior afetado. Gera no portador e até no médico certa ansiedade por não haver um diagnóstico específico, pelo menos até fazer uma ressonância de boa qualidade e bem interpretada.
É uma causa até certo ponto rara de dor no quadril para o médico não especialista, mas relativamente frequente no consultório do ortopedista, que deve estar atento e seguir investigando mesmo se o paciente mostrar os primeiros exames normais. A regra é acreditar sempre na queixa do paciente.
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